Chegou ao fim no último fim de semana em Ilhabela o Campeonato Brasileiro da classe Snipe 2017. Com o nível mais alto dos últimos tempos, era previsível que a disputa fosse acirradíssima. O vencedor só foi conhecido na linha de chegada e o gaúcho Alexandre Paradeda, que velejou ao lado de Lucas Mazim, levou mais uma medalha de ouro para casa, a 11ª, com apenas um ponto de vantagem sobre Bruno Bethlem e Dante Bianchi, segundos maiores campeões brasileiros da história da classe com nove títulos.
Entre os favoritos estava Felipe Rondina, representante do Distrito Federal pelo Iate Clube de Brasília, e João Pedro Peiter, que juntos conquistaram o expressivo 5º lugar no Brasileiro e o título de campeão Junior da classe. A 68ª edição da competição em Ilhabela contou com 67 duplas de oito estados e dois países (Argentina e Espanha). Em 2018 o campeonato vai ter como sede o Clube dos Jangadeiros, em Porto Alegre.
Confira a entrevista com o velejador Felipe Rondina.
1- Como foi velejar com o João Pedro Peiter no Brasileiro de Snipe? Vocês fizeram algum tipo de preparação para o campeonato?
Foi muito bom velejar com o Joao Pedro, ele é um proeiro muito bom que sobra raça e dedicação. Eu e ele velejamos juntos desde o ano passado, corremos os principais campeonatos do calendário juntos, Taça Octanorm e o Campeonato do Hemisfério que foi em cabo frio. Planejamos de correr o Brasileiro e eu fui ao Rio de Janeiro em dezembro para treinarmos juntos.
2- Ilha bela é conhecida como a capital da vela, onde costuma soprar ventos fortes no canal. Durante os dias de regata o vento soprou do quadrante sul com até 20 nós (36 km/h). Como vocês lidaram com essas condições?
Foi um campeonato com uma diversidade de vento grande, corremos dias com Leste na Ponta das canas 12knt, corremos regatas de Sul dentro do canal de São Sebastião com 8knt, e regatas de Sudoeste de 20knt, acredito que conseguimos lidar muito bem com as diversas condições e conseguir um excelente resultado.
3- Vocês competiram com velejadores de alto nível de todo brasil e mesmo assim tiveram resultados expressivos, inclusive o título de juniores. Quais fatores vocês atribuem ao sucesso dessa conquista?
Foi um Campeonato de excelente nivel, reunindo lendas da classe Snipe, campeões Mundiais, Panamericanos. Acredito que o nosso sucesso vem da amizade e do prazer de velejar juntos, o clima dentro do barco é muito bom e assim sempre velejando pra frente conseguimos esse bom resultado.
4- Como nem tudo são flores, quais foram as dificuldades? O que podia ter sido melhor?
No último dia passamos um pouco de dificuldade com vento forte, faltou ritmo com mais vento e podíamos ter beliscado um lugar melhor.
5- Por fim, como não poderia deixar de ser, perdemos recentemente nosso querido amigo João Ramos. O que ele representava para você e como ele influenciou na sua vida como velejador?
O João ensinou a todos o que é ter paixão pela vela, uma pessoa que era muito gente boa e que sempre estava disposto a ajudar o próximo. Ele mostrou para mim o que é ter prazer por velejar!